“The Zone of Interest” faz-nos regressar ao período do Holocausto, um momento da história do mundo muito revisitada pela sétima arte. São muitos os filmes que abordam este pedaço cruel da história, que, embora curto, deixou uma cicatriz profunda no planeta.
Como já mencionei, o cinema não é alheio a este período da história. Os campos de concentração nazis apareceram pela primeira vez no grande ecrã em 1940, no filme britânico “Night Train to Munich” e continuam a aparecer nos dias de hoje, para que nunca nos esqueçamos dos atos terríveis perpetuados pelo partido Nazi.
Este novo filme, que resulta de uma coprodução entre o Reino Unido e a Polónia, faz-nos acompanhar o dia-a-dia da família de Rudolf Höss, comandante de Auschwitz, que vive uma vida de sonho, precisamente ao lado do campo de concentração que chefia.
Apesar de não ser um filme particularmente informativo, apresenta um novo ponto de vista sobre este período, desta vez, através dos olhos daqueles responsáveis pelas atrocidades cometidas. A família alemã é a protagonista do filme e é representada como uma família ordinária e pacífica.
Segundo o realizador Jonathan Glazer, o seu objetivo era “afastar a ideia deles [a família Höss] serem anormais”.
Outro aspeto interessante do filme e no qual difere de muitas outras longa-metragens passadas no mesmo período, é que nunca vemos, de forma explícita, os horrores que acontecem dentro dos campos de concentração. No entanto, estes não são totalmente ignorados pela produção. Ocasionalmente, somos recordados das tragédias que acontecem em Auschwitz através do aparecimento de sangue e restos mortais, como ossos e cinzas, para não falar das chaminés dos crematórios, que cobrem os céus em diversas cenas do filme.
“The Zone of Interest” estreou no dia 19 de Maio do ano passado, na 76.ª edição do Festival de Cannes e tem recolhido elogios desde então. Venceu três BAFTAs e foi nomeado para três Globos de Ouro e três Oscars. No dia 10 de março, na 96.ª cerimônia dos Óscares, esteve a competir na categoria de “Melhor Filme”, que Steven Spielberg venceu há vinte anos atrás com “A Lista de Schindler”, um filme também sobre o Holocausto.
Em Portugal, o filme estreou a 18 de janeiro.
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