“A História não é prisão ao passado. Ela é mudança, é movimento, é transformação.”
Sérgio Buarque de Holanda
Na sociedade do século XXI, onde cada vez mais se valoriza o agora e as redes sociais, percebe-se que os jovens, de um modo geral, estão cada vez mais focados nos factos do presente e que, dadas todas as alterações sociais e tecnológicas da sociedade ocidental atual, veem a História como algo cada vez mais distante no tempo. Assumindo essa premissa como verdadeira, torna-se muito importante perceber a forma como os jovens alunos de História atribuem sentido histórico ao passado e como se orientam no tempo, de modo a tentar aferir com que tipo de consciência histórica estão a “ver” o mundo. Nesse sentido surge a questão: o que estarão os alunos a aprender sobre o passado e como este se articula com o presente e horizonte de expetativas?
“a carência de equipamento adequado e de espaços apropriados a situações de aprendizagem diversificadas, a insuficiência de recursos didáticos […] são apenas alguns dos constrangimentos que fazem com que haja muitos jovens que tenham, na sua generalidade, dificuldades acrescidas ao acesso e à apropriação dos bens culturais.”
Professora Raquel Henriques
“A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas – é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca no fim do milênio.”
Eric Hobsbawm, A Era dos Extremos.
“a mudança do carácter da sociedade que agora está concentrada no indivíduo e ao invés de no indivíduo como parte da sociedade ou da comunidade, e no aqui e agora, ao invés de numa continuidade histórica geracional, estimulado por comprar coisas, usufruir de coisas […]”
Eric Hobsbawm
“vivemos na era do triunfo da leveza, tanto no sentido literal como metafórico do termo. É uma cultura quotidiana de leveza mediada pelos mass media que nos governam […]. Através dos objetos, dos lazeres, da televisão, da publicidade, difunde-se um ambiente de divertimento permanente […]”
Lipovetesky, in Da Leveza
“A indiferença cresce. Em lado algum o fenómeno é tão visível como no ensino, onde em poucos anos, com a velocidade de um relâmpago, o prestígio e a autoridade dos docentes desapareceram por completo. Hoje, o discurso do Mestre está banalizado, dessacralizado, em pé de igualdade com o dos media, e o ensino é uma máquina neutralizada pela apatia escolar, feita de atenção dispersa e de ceticismo desenvolto ante ao saber. […] É este desinteresse do saber que é significativo, muito mais do que o tédio, de resto variável nos alunos do liceu”.
Lipovetsky, in A Era do Vazio
"O Guardador de Rebanhos"
“Não se podem censurar os jovens preguiçosos, quando a responsável por eles serem assim é a educação dos seus pais.”
Escola Secundária DR. Manuel Gomes de Almeida, Espinho, Portugal
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